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2021... E um olhar sobre 2022

Por Felipe Segatto - 14/10/2021

Os preços da soja e do milho mantém-se em patamares elevados, quando comparados aos padrões históricos.


Do lado do milho, a combinação de uma série de fatores climáticos e de produtividade, que, em última análise, interfere diretamente na quantidade ofertada do cereal para fazer frente a demanda do mesmo, está sustentando os patamares de preços que só devem ter alterações com a chegada da próxima safra.


Do lado da soja, recentemente a flutuação cambial que deprecia a moeda nacional e fortalece a estrangeira, importante componente na formação do preço da soja aqui no Brasil, manteve os preços nos mesmos patamares dos últimos meses. Adicionalmente, observamos elevação nos preços internacionais do petróleo, o que eleva o padrão de comparação de preços dos óleos vegetais, que tambem são utilizados como combustíveis e que, por conta disso, mantiveram os patamares de preços elevados, especialmente da soja.


Ao olhar para o ano de 2022, dado o cenário político (eleições), é esperado um ano de volatilidade e incertezas. O cenário para o mercado das commodities está diretamente relacionado a este ambiente, pela oscilação na taxa de câmbio que já é esperada. Contudo, mesmo diante de um cenário um tanto que incerto no aspecto político-administrativo, há perspectiva de acomodação nos preços das principais commodities (soja e milho), podendo, inclusive, sofrerem uma pressão de baixa no primeiro semestre de 2022, a se confirmar as perspectivas de produção das áreas plantadas (especialmente para a cultura do milho) e o enfraquecimento na demanda chinesa. Entretanto, cabe ressaltar que se trata de uma acomodação em patamares historicamente bem elevados aos demais padrões de preços já observados.


Do lado do consumo, a elevação dos índices de inflação deteriora o poder de compra do consumidor e condiciona a autoridade monetária a elevar as taxas básicas de juros brasileiras. A consequência deste movimento, por um lado, é um processo de escolha de consumo, especialmente nas camadas populacionais de menor renda, preferenciando itens que possuem preços mais acessíveis. Por outro, é o desaquecimento da demanda em geral, pressionando para baixo os preços de equilíbrio e, por consequência, arrefecendo os índices inflacionários.


O mercado nacional de carnes poderá sofrer interferências de excesso de oferta, se alguns mercados importantes mantiverem restrições de importação, fortes incentivos à produção local ou reduzirem o fluxo portuário de bens e serviços. Contudo, em minha opinião, o mercado de carne de frango estará aquecido no próximo ano, embora ainda com elevado custo de produção, influenciado pelos fatores acima descritos e pela retomada de uma série de atividades econômicas que foi fortemente impactada pelas restrições sanitárias impostas pelo controle da pandemia do Covid.

Por Felipe Segatto

Muves – Negócios em Movimento

Contato: felipe@muves.com.br ou 54 99972 4805






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